quinta-feira, 21 de abril de 2011

A CULPA É DO SHAPER


Produzir pranchas de surfe é uma das mais atribuladas profissões. Você está sempre oscilando do paraíso ao inferno de acordo como suas pranchas se comportam nos pés de seus usuários. Por mais atualizado que o shaper seja, existem certas peculiaridades que diferenciam os surfistas e fazem com que nem todos possam usar o mesmo tipo de prancha. Peso, altura, posicionamento na prancha, tamanho dos pés, nível de habilidade, porte físico e outras  são algumas das características levadas em consideração na hora de decidir como será sua próxima prancha. Um shaper local experiente, que conhece o seu surf, pode ser um grande trunfo na hora de encomendar uma prancha. Um vídeo com algumas ondas suas surfadas também pode ajudar nessa hora. Mas fique certo de que isso não é tudo. Achar que só a troca de prancha poderá suprir deficiências técnicas de um surfista é um comum. Por exemplo, se você tem problema com a remada, de nada adianta engrossar a prancha para aumentar a flutuação, porque o ganho é mínimo e as perdas são grandes na performance da prancha. Limitações físicas devem ser resolvidas com exercícios e existem profissionais especializados neste assunto específico, inclusive com programas de treinamento que podem ser adquiridos em DVD. Agora se você prefere acreditar em milagres, só resta uma coisa a fazer: culpar o shaper. Afinal, se a prancha não funcionou, a culpa só pode ser dele (risos). Na foto, o surfista Nicholas Lopes (meu filho) testando sua prancha.

3 comentários:

  1. Não sabia que você mantém um blog...estava fuçando pela internet sobre os shapes modernos e encontrei um texto seu, muito bom por sinal. Realmente, a quantidade de informação é enorme, e que não entende da hidrodinâmica da coisa (eu) fica perdido mesmo. Sempre sofri por não saber passar o que realmente queria na próxima prancha, e ainda sofro. Deve ser por isso que em outros países prancha se compra em loja, o cidadão escolhe como quiser. Gostaria que aqui fosse assim também. Agora ficou um pouco mais fácil de escolher (acredito eu) com esses modelos pré existentes, cabendo apenas formatar de acordo com o biotipo da carcaça, dentro de um modelo específico. A boa notícia fica por conta da busca por materiais cada vez melhores, com pesquisa em diversas áreas e com pessoas conhecedoras das ciências desenvolvendo produtos específicos para o mercado do surf.

    Abraço

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    1. O design das pranchas ainda está aberto para muitas experimentações. Não existe uma "prancha ideal", existem aproximações que têm comportamentos aceitáveis em determinadas condições de ondas. O atleta mais talentoso é o que consegue fazer este blending entre a performance dele, o modelo de prancha e as condições do mar.

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    2. ...exato, mas há de se ter uma sensibilidade ímpar....outra coisa que favorece é se ter uma onda de alta performance por perto, coisa bem díficil para quem mora em lugares onde reinam os beach breaks...não que aqui não existam boas ondas, mas são inconstantes em sua maioria, e geralmente curtas...

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