quinta-feira, 14 de abril de 2011

QUEM É O SHAPER





QUEM É O SHAPER?


Um shaper deve estar sempre aberto às novas descobertas nos campos da hidro e aerodinâmica. Mas a principal fonte de inspiração ainda é a natureza. Os animais marinhos, desde que surgiram na face da Terra, evoluiram na busca de uma perfeita adaptação ao meio em que vivem.


Jefferson Lopes, 52, nasceu em Porto Alegre/RS, mas vive em Florianópolis/SC desde 1977. Foi nesta autentica surf city que começou a sua carreira de surfista. De surfista a competidor, de competidor a juiz, a vida de shaper foi uma consequência natural da sua dedicação ao esporte. Começou a fazer pranchas do mesmo modo que a maioria dos shapers espalhados pelo mundo: aquela estranha necessidade de fazer a sua própria prancha. Após alguns "compreensíveis" problemas iniciais, já tinha a consciência de que estaria eternamente dependente dessa atividade, ou melhor dizendo, "estado de arte". Desde o início e por mais de duas décadas a natureza tem sido a sua principal fonte de inspiração. Juntamente com essa filosofia de trabalho ele acrescentou estudos nas áreas de resistência dos materiais, design, hidro e aerodinâmica.O início como shaper foi em 1982, numa pequena sala que fazia as vezes de shaping/glassing/sanding room. Os primeiros shapes demoravam até dois dias para serem concluídos. Os erros e acertos nas laminações também ajudaram a desenvolver um senso de totalidade no processo de construção de uma prancha, onde cada etapa é vista como de suma importância para o produto final.
De 1985 até 1992, Jefferson Lopes dirigiu a sua própria fábrica, a JL Surfing Designs, na praia dos Ingleses. Durante esse período manteve contato com alguns experientes shapers brasileiros. Mas, os seus conceitos foram realmente desenvolvidos com as experiências feitas junto a sua equipe de competição. Na opinião do shaper, este é um dos mais importantes elementos no desenvolvimento de novos designs. Um outro fator que ele considera de elevada importância para o desenvolvimento de um shaper são as viagens. Segundo ele, é através delas que um shaper aprende a avaliar os diferentes potenciais das ondas e o quanto isso influencia na concepção de uma prancha específica para lugares diferentes.
Por volta de 1992, Jefferson Lopes começou a trabalhar para outra marca, a SP Surfboards, fabricante das pranchas Spider, também em Florianópolis. Este fato permitiu um maior desenvolvimento, pois passou a trabalhar para um mercado mais exigente e, ao mesmo tempo possibilitou a troca de informações com uma equipe maior e mais competitiva. Isto também ajudou a espalhar suas pranchas para outros cantos do mundo (Europa, América do Sul, América do Norte, América Central e Oceania).
Através dessas últimas duas décadas, o shaper diz ter observado diversas mudanças nas tendências, mas em sua opinião, refinamento é a palavra-chave, hoje, em termos de design. É por isso que, apesar de alguns experimentos bizarros que aparecem espalhados pelo mundo, as pranchas, em geral, estão muito parecidas em dimensão e design. A única coisa que faz a diferença é o toque pessoal do shaper.
Apesar das últimas inovações tecnológicas, como as máquinas de shape, Jefferson Lopes acredita que o shaper e designer é, ainda, parte imprescindível no processo de criação de uma prancha de surf.

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