quinta-feira, 18 de julho de 2013

QUILHAS PRA QUE TE QUERO




Já se passaram oito décadas desde de que o visionário Tom Blake instalou o primeiro arremedo de quilha no fundo de sua prancha. De lá pra cá, vários materiais, formatos, quantidades e combinações já foram experimentadas. O advento das quilhas móveis foi o último grande salto, que permitiu uma maior capacidade de testar modelos diferentes e chegar a ajustes finos entre estilos de surfistas, tipos de ondas, e design de pranchas.

Hoje já é possível escolher uma grande variedade de quilhas de fabricantes diferentes, com sistemas de instalação variados e materiais cada vez mais sofisticados. O nível de refinamento está cada vez mais alto e os fabricantes investem muito dinheiro em R&D. As quilhas e sistemas de fixação são testados em laboratórios de ponta de universidades renomadas. 



As informações sobre os modelos de quilhas e suas aplicações estão cada vez mais acessíveis aos surfistas, leigos ou profissionais, nos websites dos fabricantes. Qualquer um pode avaliar as suas necessidades, dependendo do design da prancha utilizada e das ondas que pretende surfar, e juntar um set de quilhas para cobrir estas variantes.

Apesar de todo este avanço tecnológico, muitos surfistas ainda reclamam que as quilhas móveis carecem de um efeito próprio das quilhas laminadas. As quilhas de encaixe formam um ângulo de aproximadamente 90º, com o fundo da prancha. Ensaios de laboratório mostraram que a região de contado das quilhas laminadas com o fundo da prancha, com aspecto arredondado (como as barbatanas de um golfinho), cria um efeito de lifting, gerando um empuxo positivo. Talvez seja este o efeito que agrada tanto aos surfistas que preferem as quilhas fixas.



Bom, se este era o problema para esta parcela de surfistas, agora eles não terão mais do que reclamar. A FCS acaba de lançar sua mais nova linha de quilhas, ou melhor, duas linhas de sistemas de encaixe. O primeiro, que dispensa o uso de parafusos; o segundo, que simula o mesmo perfil das quilhas laminadas. Assista ao vídeo de lançamento e veja o nível tecnológico que  o surfe está atingindo no século 21.


Abaixo estão alguns links com estudos acadêmicos publicados envolvendo a análise de quilhas:

 - Análise de performance entre quilhas laminadas de fibra e quilhas de injetadas de composite:


- Performance hidrodinâmica de uma quilha de prancha de surfe:


- Estudo comparando a performance das configurações com 3 e 4 quilhas:


Estes são só alguns exemplos de trabalhos acadêmicos que abordam a performance das quilhas. É interessante ressaltar que os resultados apresentados, em sua maioria, confirmam o que foi empiricamente desenvolvido pelos shapers ao longo da história do surfe.

 - Aqui tem um guia com informações básicas sobre quilhas:




Cada fabricante descreve os modelos desenvolvidos e sugere sua aplicabilidade. Mas a palavra final fica por conta do usuário, já que, num universo de subjetividades, é o feeling que vai ditar a preferência por um modelo em especial. Para os surfistas que não têm uma opinião formada, ou estão entrando agora neste universo de quilhas de encaixe, sugiro que consultem o seu shaper como ponto de partida para esta aventura. Ele poderá sugerir o tipo ideal de quilha, ou de quilhas, para as condições em que a prancha será utilizada.






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