Nos
últimos tempos a presença feminina no outside tem sido notada com certa frequência. As meninas deixaram a inibição de lado e
partiram com tudo na busca de um lugar ao sol, em meio aos marmanjos, antes acostumados
só a apreciar as gatinhas de bodyboard.
No meio dessa nova onda, tenho observado alguns fatos em relação ao tipo de
prancha que essas novas adeptas do surf estão usando.
A
grande maioria das meninas está com pranchas usadas (e beemmm usadas!). Como, na maioria dos casos, as meninas
começam a surfar numa idade mais avançada do que os meninos, isso pode levar a
certas dificuldades na hora de surfar.
Salvo algumas exceções, as meninas não têm o mesmo desenvolvimento
atlético que os meninos têm. E isso
parece ser um problema mais social do que físico. Em todo caso, pelo início tardio no surf, as
dificuldades encontradas pelas meninas em relação à remada e ao drop (ficar em
pé) são maiores do que nos meninos (meninas que iniciam com menos idade têm
menos dificuldades neste aspecto).
Neste
sentido, para minimizar estes aspectos, uma prancha para uma garota iniciante
deveria contemplar essas deficiências.
Como? Nós temos dois problemas:
um é de remada; o outro é de estabilidade.
A remada pode ser resolvida com um pouco mais de flutuação (espessura)
na prancha e a estabilidade com um incremento na área da base (basicamente,
onde se colocam os pés). Há! Você não pode encomendar uma prancha nova,
ainda! É cara e você não tem certeza se vai
querer continuar surfando após um tempo de experimentação? Então, preste atenção nestas dicas:
1
– Evite comprar pranchas muito velhas, geralmente estão muito pesadas;
2
– A prancha não precisa ser muito grande em relação ao seu tamanho (no máximo
um palmo maior que a sua altura);
3
– Verifique a espessura da prancha, evite bordas muito finas;
4
– Verifique a largura da prancha, principalmente na área da base. Quanto mais larga, melhor. Evite rabetas finas e estreitas (round pin).
Passado
o quesito “prancha”, vamos ao surf propriamente dito. Como em todos os esportes, o equipamento é
como se fosse uma extensão do corpo do atleta.
Sendo assim, quanto mais tempo você estiver com ele, mais entrosamento
você terá. Treine até quando não houver
onda. Pratique a remada nos dias de
flat. Treine o movimento de subir na
prancha no solo. Desenhe uma prancha no
chão e simule a remada e o drop. Apoie
as mãos na região do peito, procurando lançar o corpo para cima num movimento
explosivo. Evite agarrar as bordas
quando estiver fazendo este movimento no mar.
Para
terminar, ai vão mais uns toques:
-
Procure surfar mais afastada do crowd, para evitar acidentes.
-
Não pegue ondas muito pequenas, pois elas são mais difíceis de surfar e de
manter a estabilidade.
-
Procure estar – sempre – com alguém mais experiente por perto, pois ele(a) lhe
dará segurança e também vai ajudar a corrigir alguns erros normais nessa fase
inicial.
-
Por último, não esqueça de respeitar a prioridade da onda.
Boa
Sorte e Boas Ondas!!!