Voltando à ativa depois de um longo inverno, o Blog do Shaper trás uma pincelada do panorama atual do mundo das pranchas. O universo do design de pranchas de surf nunca esteve tão efervescente como em 2016. Diversas tendências que brotaram na última década parecem ter catalizado o cenário atual. Então, vamos a alguns exemplos do que eu estou falando:
Isopor/Epoxy x PU/Poliéster
O PU ainda domina, mas as pranchas de epoxy têm ganhado novos adeptos. Ainda tem muito espaço para melhorias, já que questões técnicas e de produção ainda são alguns dos entraves para que esta opção se torne mais presente no mercado. Os blocos de isopor XTR (extrudado) também farão a diferença, com pranchas mais resistentes e mais leves que os de isopor convencional (expandidos), tornando o processo mais próximo dos tradicionais de PU/Poliéster.
Designs Alternativos
Tanto os progressivos quanto os retrôs se tornaram uma fatia significativa dos mercados mundo afora e criaram uma comunidade que compartilha experiências na produção das pranchas e na criação de moda, vídeos e outros itens culturais. Neste universo ainda encontramos gente buscando materiais alternativos aos convencionais, como madeira, resinas vegetais e até mutantes feitas a partir de lixo e outros materiais de descarte reciclados.
Lazer x Competição (Performance)
Os últimos anos foram de muito trabalho no refinamento das pranchas. Vários eventos marcaram uma transição para modelos menores que os em voga anteriormente. Isso trouxe uma revolução na qualidade do surf, mas também trouxe muita dor de cabeça para os shapers. Equacionar as questões de balanço de rocker (curvatura de fundo), flutuação (volumetria) e área de planagem (outline), para sujeitos com níveis distintos de surf e para condições variáveis de onda, levou a uma série de experimentações que, agora, parecem ter atingido um denominador comum. No mundo das competições, onde os nível está alcançando patamares absurdos, podemos notar uma tendência ao retorno de bicos com menos área e pranchas mais estreitas do que vinham usando nos últimos anos. Parece que a segurança de shapes mais largos e planos está perdendo espaço para modelos mais rápidos e com mais rocker de bico e rabeta.
O que fazer?
Com a chegada do verão, o fluxo nas fábricas aumenta. É comum ver surfistas chegarem com fórmulas prontas para seus shapers, como se um modelo consagrado de algum surfista mais conhecido fosse a solução ideal para suas necessidades. Que bom se fosse (hehehe). Mas a realidade é cruel e a experiência mostra que as chances de erro são muito maiores. Se você tem um relacionamento mais próximo com seu shaper, confie mais na intuição dele, pois as chances de acerto são muito maiores, pode acreditar.
Cada surfista tem uma especificidade que o diferencia dos outros. Se fosse simples, os atletas profissionais comprariam pranchas em lojas (hahaha). Leve sua prancha atual, discuta suas dificuldades e seus objetivos, e tente desenvolver com seu shaper um trabalho de médio e longo prazo, que vai fazer você entender melhor quais os elementos que atuam na criação de uma prancha, facilitando a criação daquela prancha "mágica" que vai ser sua companheira nos melhores e nos piores mares. Pois como diz o ditado: "Mar bom é aquele que eu caio e me dou bem".
Boas ondas!